“Isso não é futebol”. Foi assim que o lateral-direito Dani Carvajal classificou o jogo da seleção iraniana após a suada vitória por 1 a 0 da Espanha, que deixou os comandados de Fernando Hierro a um empate de garantir vaga nas oitavas de final.
A postura do Irã irritou os espanhóis e muita gente que esperava mais emoções no gramado na Arena Kazan. Porque, especialmente no primeiro tempo, o time comandado por Carlos Queiroz não quis saber da bola e se preocupou em dificultar ao máximo as interações entre os espanhóis.
Em campo, os extremos Karim Ansarifard e Mehdi Taremi recuavam para formar uma linha defensiva que se mostrou intransponível. O 4-1-4-1 que o treinador português vem utilizando se transformava, desta forma, em uma esp[ecie de 6-3-1. A Espanha chegou a ter até mesmo mais de 80%, criava chances... mas não conseguia finalizar da melhor forma. Em dez arremates, apenas um a gol nos 45 minutos iniciais.
O "6" iraniano ficou mais concentrado no campo de defesa...
O jogo de paciência seguiu no segundo tempo, embora as chances tenham crescido. E foi exatamente depois que Ansarifard quase abriu a contagem para os iranianos, em chute que acertou o lado de fora das redes defendidas por De Gea, que o já citado “elemento Fúria” voltou a decidir para a ‘Roja’.
Diego Costa contou com a sorte para abrir o placar, em bate-rebate no qual a bola procurou a sua canela como se esse fosse o único jeito de quebrar a barreira iraniana. Foi o terceiro gol do hispano-brasileiro em três finalizações. A referência em brigadora no time que mais troca passes no Mundial, porque a marca recorde obtida no 3 a 3 com Portugal foi superada: perante os persas, foram 772 trocas de passes com acerto de 90%.
Ao Irã, que vive talvez a sua melhor fase no futebol, o que muitos chamam de ‘antijogo’ foi a única maneira encontrada para ser competitivo contra um dos times mais talentosos da Copa. É futebol, e é válido dentro do que o Irã poderia fazer. O jogo permite vários estilos.
Diego Costa decidiu... sem querer querendo
Curiosamente, de um lado estava Carlos Queiroz, treinador dos iranianos há oito anos, e do outro Fernando Hierro, que não tem muita experiência no cargo embora conte com um grupo recheado de habilidade e ciente do que fazer em campo.
Mas nesta batalha entre o talento de quem está no banco, no caso Queiroz e seu excelente trabalho para tornar o Irã competitivo, e o dos jogadores em campo... o que acabou desequilibrando para a vitória dos espanhóis foi o golpe de sorte dado a quem sempre esteve mais perto no campo de ataque.