Antes de voltar ao caminho dos títulos com a seleção, a Espanha era muito mais conhecida pelo poderio de seus clubes no cenário europeu.
A ‘Fúria’ entrava nos torneios com certo favoritismo, mas “jogava como nunca e perdia como sempre”. O triunfo na Euro 1964 seguia como único momento de glória da equipe nacional, enquanto Real Madrid e Barcelona foram ganhando cada vez mais espaço no continente.
Tudo isso mudou em 2008, com a conquista da Euro, e o patamar da ‘Roja’ aumentou ainda mais com o título Mundial, em 2010, e o bicampeonato europeu em 2012: uma sequência de grandes sucessos que está entre os maiores na história do futebol de seleções.
Desde então, a Espanha caiu de forma vergonhosa na fase de grupos da Copa do Mundo em 2014 e deixou a Euro 2016 nas oitavas de final – embora ser eliminado para a Itália não seja algo tão absurdo.
A campanha no Mundial da Rússia, em 2018, começou com o sonho do bicampeonato e a equipe então treinada por Julen Lopetegui justificava a candidatura. Mas a queda para a Rússia, nas oitavas de final, marcou uma campanha que será para sempre lembrada pela maior crise na história da seleção espanhola.
Lopetegui, emocionado em sua apresentação no Real Madrid
Porque o Real Madrid, surpreso com o pedido de demissão de Zidane, foi atrás justamente do treinador de sua equipe nacional. Até aí, tudo bem. O problema foi como o clube e Lopetegui procederam, assim como na decisão de cabeça quente tomada por Luis Rubiales, presidente da federação, em demitir o comandante dias antes do Mundial.
O Real Madrid se achou maior que a seleção espanhola, e a ‘Roja’ seguiu até onde conseguiu sem comando. Tanto que, após a derrota nos pênaltis para a Rússia, Koke (um dos que desperdiçaram sua batida) disse: “Lopetegui era nosso líder”. Sergio Ramos, por mais polêmico que seja nesta situação toda, afirmou que “instabilidade não é boa companheira”.
É claro que a ausência de Lopetegui cobrou sua conta. Não são os treinadores quem ganham jogos, mas por mais organizado que seja uma equipe ela raramente seguirá em frente sem o seu estrategista.
Nos últimos 5 anos, a Champions foi de times espanhóis
Desde o último título da seleção espanhola, em 2012, os seus clubes dominaram absolutamente todas as edições da Champions League. Nos últimos cinco anos, foram quatro taças para o Real Madrid e uma nas mãos do Barcelona. Neste mesmo período, Sevilla (3x) e Atlético de Madrid (nesta última temporada) conquistaram a Europa League.
A Espanha voltou a ser o país que acumula sucesso em seus clubes, desta vez mais do que nunca, e decepções com a sua seleção.