O Flamengo se complicou na Libertadores da América com a derrota por 2 a 1 para a LDU, em Quito, na última quarta-feira (24). A equipe carioca precisava de um empate para garantir a classificação antecipada, mas volta para o Brasil em meio a incertezas e a ameaça de, mais uma vez, cair na competição continental antes mesmo de chegar às oitavas de final.
Considerando as edições disputadas a partir do ano 2000, quando o torneio passou a contar com mais de 30 equipes, nenhum clube brasileiro foi tantas vezes eliminado na fase de grupos quanto o Flamengo. Foram quatro decepções precoces de lá para cá: 2002, 2012, 2014 e 2017. É o dobro em relação à Chapecoense e Athletico, que seguem logo abaixo neste ingrato ranking.
Ainda que seja difícil fazer uma análise apurada quando uma equipe joga na altitude, o Flamengo apresentou algumas falhas na derrota em Quito para a LDU. A aposta em colocar Bruno Henrique como referência do ataque no 4-2-3-1 funcionou pelo gol marcado pelo camisa 27, mas a contrapartida foi uma atuação ruim de Gabigol pela ponta-direita. A desatenção completa da zaga também teve peso decisivo quando Anangonó empatou nos acréscimos do primeiro tempo, antes do golaço de Chicaiza decretar a virada que manteve os equatorianos na briga: precisam apenas vencer o já eliminado San José em casa e torcer para que não aconteça um empate entre Peñarol e Flamengo na noite de 8 de maio.
25 de abril de 2019
Sofrer desnecessariamente nesta Libertadores não tem sido novidade para a equipe comandada por Abel Braga. Mesmo estando ainda na liderança de sua chave.
O Flamengo cansou no segundo tempo contra a LDU, perdeu ainda mais o seu meio-campo e deixou o gramado com a confiança em baixa. Pela chance desperdiçada e também pelo histórico recente. Agora, fica obrigado a dar uma demonstração de força inédita, de certa forma, em toda a sua história de 14 participações no principal torneio da América Latina: não ser derrotado pelo Peñarol.
25 de abril de 2019
Até hoje foram três partidas disputadas contra os Carboneros na Libertadores. As duas primeiras foram em 1982, quando os uruguaios calaram o Maracanã impedindo que o timaço de Zico e companhia chegasse na decisão pelo segundo ano seguido. A última delas foi neste 2019, em pleno Maracanã.
O histórico na Libertadores pode desanimar, mas é preciso destacar que o Rubro-Negro tem o melhor ataque dentre as equipes que disputaram cinco partidas na Libertadores: balançou 11 vezes as redes adversárias. Se quiser realizar o sonho da conquista continental, o Flamengo tem a obrigação de quebrar o ciclo de derrotas que não condizem não apenas com o peso de sua camisa, mas também com todo o investimento feito. Apesar de ter conquistado o título carioca, o Clube da Gávea vê em sua frente uma verdadeira final contra o Peñarol. É a hora de começar a escrever uma nova história.