Escolhido como um dos 50 melhores jovens talentos do futebol mundial, o atacante Gabriel Veron abre um sorriso ao ser informado do prêmio dado pela Goal. Segurando com orgulho o cachecol do NxGn 2020 entregue pela reportagem, ele conversou alguns minutos antes de treinar com o Palmeiras, de olho naquela que promete ser a sua temporada para brilhar no clube.
Dono de raciocínio rápido dentro e fora de campo, o jovem de 17 anos diz que já se acostumou a dar entrevistas. Prestes a completar quatro meses entre os profissionais, ele comentou sobre o momento em que descobriu quem era o Verón original, craque argentino que disputou as Copas de 1998 e 2002, e não titubeou ao eleger duas referências para o futuro.
"Dudu e Cristiano Ronaldo", cravou o atacante, admirador do "guerreiro" camisa 7 palmeirense, que ele assegura gostar desde quando desfilava seu futebol pelas quadras e campos do Rio Grande do Norte. O português, também citado, encanta por outros motivos.
"Sempre dou o exemplo de ele querer bater os próprios recordes dele em todos os jogos, não importa qual seja o adversário ele quer se superar", avaliou Gabriel, sem deixar de agradecer a todos que construíram sua trajetória até aqui.
Do tio ex-jogador profissional, o mais "corneteiro", ao padrinho, o mais "amigão", ele repassou um pouco da sua vida pré-Palmeiras e deixou claro que não espera parar nessa premiação.
"Chegar na Seleção Brasileira principal. Chegar em um clube gigante. Eu estou em um clube gigante, que é o Palmeiras, mas chegar num clube gigante da Europa. E fazer sucesso lá também", planejou Veron, em conversa que você confere na íntegra logo abaixo.
Goal: Como é ser reconhecido entre os 50 melhores jogadores do mundo abaixo dos 19 anos?
Veron: Ah, eu estou muito feliz. Estou vendo que o meu trabaho está dando certo. Sei que não está bom ainda, tenho que continuar trabalhando. Com muito trabalho e dedicação, eu vou chegar no meu maior objetivo que é jogar no mais alto nível do futebol.
Goal: E tudo isso aos 17 anos. Onde você acha que pode estar daqui a dois anos?
Veron: Trabalhar para estar no mais alto nível do futebol, é o maior objetivo de um jogador. Chegar na Seleção Brasileira principal. Chegar em um clube gigante. Eu estou em um clube gigante, que é o Palmeiras, mas chegar num clube gigante da Europa. E fazer sucesso lá também.
Goal: E onde você estava dois anos atrás?
Veron: As coisas aconteceram muito rápido na minha vida. Cheguei ao Palmeiras em abril de 2017, já ganhei a Copa Nike, que o Palmeiras não tinha. Entrou para a história. Ganhei o Paulista sub-15, as coisas continuaram acontecendo muito rápido. Continutei trabalhando para merecer, mas não imaginava que tudo ia acontecer tão rápido. Agora é continuar trabalhando para isso continuar.
Goal: Seu nome é em homenagem ao Veron, craque argentino. Quando você entendeu quem era ele?
Veron: Eu comecei jogando futsal. Mas eu não assistia vídeo, não tinha visto ele jogar. Depois que descobri o nome dele passei a ver uns lances no YouTube, vi que o nome dele era realmente muito forte. E continuei nessa carreira (risos).
Goal: E como você chegou no Palmeiras?
Veron: Eu ganhei uma bolsa na melhor escola da minha cidade (Assu-RN) e a partir dali eu comecei a jogar. Ganhamos um campeonato que nenhum time do interior do estado tinha ganhado e, de lá, em 2015, eu fui para o Santa Cruz, em Natal. Lá eu achei que eu estava indo mal, mas os empresários não me deixaram ir embora. Eu estava muito mal com a saudade da família, nunca tinha saído de casa.
Goal: Só queria voltar para casa?
Veron: Só queria voltar para minha casa.
Goal: Qual era o sentimento exato?
Veron: Eu ficava muito triste, achei que eu não estava fazendo o meu melhor. Não conseguia mostrar o que eu sabia. Mas meus empresários me deram muita força, minha mãe também me deu força para eu ficar lá. E eu consegui.
Goal: Para quem seria esse prêmio?
Veron: Para a minha mãe, meu pai também. Ele me ajudou muito, apesar de me chamar para ser vaqueiro com ele (risos). Me ajudou muito, sempre me dava forças. Pai a gente tem que ouvir. E o meu padrinho, que me levava para todos os jogos quando eu era pequeno, ele me ajudou muito também.
Goal: Foi para esse padrinho que você comprou um carro?
Veron: Sim, foi ele.
Goal: Como é sua relação com ele?
Veron: Relação de pai e filho. Ele me ajuda sempre, sempre que eu posso eu procuro ajudar ele também. Consegui dar esse carro, ele me agradeceu muito. Espero que eu consiga dar mais coisas. Sempre falou para eu continuar, me ajuda muito.
Goal: E ele é mais "corneteiro" ou estilo amigão?
Veron: É um pouco mais amigão mesmo (risos).
Goal: Tem algum "corneteiro" na família?
Veron: Acho que o meu tio. Ele já foi jogador profissional, teve uma lesão na coxa e não conseguiu mais continuar. Ele me cobra muito, mas a gente precisa de pessoas assim também para crescer na vida.
Goal: Dentre esses jovens jogadores brasileiros você teve contato com algum deles?
Veron: Com certeza, qualquer jogador que está no Brasil sonha ir para a Europa novo. Mas quero ser um ídolo aqui. Com o Reinier eu peguei convocação com ele, mas os outros, não.
Goal: E quais são suas maiores referências no futebol mundial? Um brasileiro e um estrangeiro.
Veron: Brasileiro o Dudu. Gosto muito do Dudu. E estrangeiro, o Cristiano Ronaldo.
Goal: Dudu gostava antes mesmo de vir para o Palmeiras? Se falar outra coisa complica...
Veron: (Risos) Gostava, sim.
Goal: Qual é o exemplo que o Cristiano Ronaldo transmite para você?
Veron: Sempre dou o exemplo de ele querer bater os próprios recordes dele em todos os jogos, não importa qual seja o adversário ele quer se superar.
Goal: Essa é sua mentalidade também?
Veron: Sim, sim. Muita determinação.
Goal: E o Dudu?
Veron: O futebol dele, é muito guerreiro dentro de campo. Dá o máximo sempre, acho que isso é importantíssimo para um atleta.
Goal: Em quanto tempo você acha que vai conseguir chegar à Seleção principal?
Veron: Ah, eu estou trabalhando para ir o mais breve possível. Mas sei que na hora certa Deus vai mostrar.