A goleada por 4 a 1 do São Paulo sobre o Flamengo deixou todo e qualquer torcedor tricolor animado com o futuro do clube, mas o impacto que mais chamou a atenção foi interno. Triunfar sobre o atual campeão brasileiro e da Libertadores de maneira tão absoluta, em pleno Maracanã, deu uma chancela definitiva ao técnico Fernando Diniz e animou Daniel Alves, principal jogador do elenco.
Explica-se: na época da contratação de Diniz, Dani endossou a chegada do treinador justamente por enxergar nele a capacidade de desenvolver um futebol que fizesse frente ao Flamengo, já líder do Brasileiro naquela altura e enfileirando bons resultados. Mais de um ano depois, ainda que com percalços - incluindo a possibilidade do próprio jogador deixar o Morumbi -, isso se comprovou.
Diniz estreou no Tricolor justamente contra o Fla, no Maracanã, montando um esquema seguro atrás e deixando Daniel como sua válvula de escape no meio-campo, por vezes até poupado do momento defensivo. O tempo passou e o camisa 10 saiu de campo extasiado com a sua função no último domingo (1), sem que ela tivesse muito a ver com a parte ofensiva.
Desde o primeiro minuto, a incumbência do jogador era diminuir ao máximo a influência de Gérson no meio-campo flamenguista. Visto na carreira inteira como um competidor nato, Daniel aceitou a missão na hora e cumpriu à risca, com direito até a um entrevero entre os dois atletas após uma falta do são-paulino.
Na comissão técnica, o atleta é visto como um competidor nato e que não se incomoda em fazer sacrifícios defensivos para conseguir a vitória. A goleada no Maracanã, na avaliação deles, ajuda a desmistificar a ideia de certa vaidade de Dani, raríssimas vezes utilizado como lateral direito no São Paulo - sua posição original.
Tanto Diniz quanto o veterano agora buscam o próximo passo: estabelecer o clube como um candidato ao títulos. Com três jogos a menos do que Flamengo e Internacional, o clube do Morumbi pode até vencer o primeiro turno com certa margem para o segundo colocado e agora acredita na chance de ser campeão.
O único temor é o impacto de uma possível eliminação para o Lanús, na Copa Sul-Americana. O clima eleitoral no clube tem desgastado bastante a relação Morumbi-Barra Funda e outra queda dentro de casa daria mais munição a quem pede a saída do treinador. A espera é que a confiança não receba nenhum abalo tão imediato, seja pela campanha no Brasileirão e, também, pela recém conquistada vaga nas quartas de final da Copa do Brasil 2020.