Dentre as principais seleções do mundo, apenas duas têm no lugar mais alto de seu quadro de artilheiros jogadores que não atuaram profissionalmente neste Século XXI: Brasil e Itália. No entanto, o mais provável é que a Azzurra fique sozinha neste dado estatístico. Afinal de contas, Neymar está no caminho para superar Pelé como jogador que mais vezes estufou as redes vestindo a camisa amarelinha.
Se passou em branco na derrota por 1 a 0 para o Peru, contra a Colômbia Neymar estufou as redes pela 61ª vez pelo Brasil, totalizando 16 a menos em relação ao Rei do Futebol.
Pela seleção argentina, Messi (68) já ultrapassou Gabriel Batistuta (54); Luis Suárez (58) já superou o seu antecessor, e contemporâneo, Diego Forlán (36), e ainda pode ver Cavani (48) lhe ultrapassar como máximo goleador da Celeste. Na Inglaterra, Wayne Rooney (53) conseguiu superar o lendário Bobby Charlton (49) e Thierry Henry (51) ultrapassou Michel Platini (41). Como a Espanha atingiu o seu ápice recentemente, a sua cartela é repleta de nomes frescos na memória, mas ainda é David Villa (58) quem está no topo. Cristiano Ronaldo obviamente (93) obviamente ultrapassou Pauleta (47) em Portugal.
Mas a grande coincidência que une grande maioria dos casos citados é o número de jogos disputados, muito maior dos mais recentes em relação aos mais antigos. Afinal de contas, hoje as seleções nacionais jogam muito mais vezes do que muitas décadas atrás – o Brasil, por exemplo, já demorou cerca de um ano entre um jogo e outro em um passado já mais distante, algo impensável atualmente.
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Uma publicação partilhada por Goal Brasil (@goalbrasil) a 10 de Set, 2019 às 3:27 PDT
Com mais oportunidades, e muitas vezes um grande acúmulo de amistosos contra equipes de nível técnico menor, jogadores conseguem enfileirar um número de gols capaz de os colocar entre no topo das artilharias por suas pátrias. O próprio caso de Neymar e Pelé exemplifica bem isso: Neymar fez 61 gols em 99 partidas, média de 0,6 a cada vez que entra em campo pela seleção, ao passo em que Edson Arantes do Nascimento teve média de 0,8 por compromisso – foram 91 no total e 77 tentos.
Evidente que não há demérito em quem consegue, um dia, ser o grande artilheiro de sua seleção. Mas a tendência é que as lendas do passado só mantenham o seu lugar em seleções que perderam a força que um dia tiveram, como, por exemplo, a Hungria com Puskas: e não duvide que os húngaros queiram ver um novo grande goleador que possa lhes dar um presente com gols em grande quantidade