Evidente que enfrentar um time argentino, quatro vezes campeão da Libertadores, fora de casa, não é tarefa fácil. Ainda mais se você não conta com o seu grande destaque da temporada. Mesmo assim, e sem Everton 'Cebolinha', dava para esperar mais do Grêmio no jogo de ida das oitavas de final da Libertadores da América, contra o Estudiantes.
Por ser o atual campeão, pela campanha feita na fase de grupos, talento individual e as mudanças do adversário – que não conta mais com Juan Otero e Lucas Melano, os jogadores que mais finalizações e gols haviam feito até então para os ‘Pinchas’.
Tanto a vitória do Estudiantes quanto o resultado final de 2 a 1 foram construídos no primeiro tempo. Dentre os times classificados para as oitavas de final, os argentinos só não finalizavam mais do que o próprio Grêmio, mas o problema era a falta de qualidade para estufar as redes.
Nos primeiros 45 minutos, isso não foi problema desta vez: as únicas duas finalizações certas dos argentinos, de Apaolaza (golaço) e do zagueiro Campi, estufaram as redes de Marcelo Grohe. Pela primeira vez na atual campanha, o Tricolor sofreu mais de um gol. Os gaúchos precisaram de quatro tentativas até Kannemann diminuir, e ajudar a levar para Rio Grande do Sul um resultado que ainda é viável para seguir em frente no torneio.
O Grêmio encontrou dificuldades na defesa, mas principalmente a partir de sua transição para o ataque. A ausência de Everton, artilheiro tricolor na temporada (11 gols) e na competição (3), foi muito sentida. Porque sua participação não tem sido vital somente para quebrar as linhas de marcação, em lances rápidos. O seu poder de finalização, por ser quem tem melhor aproveitamento na equipe (77.78% de acerto, de acordo com a Opta Sports), poderia ter feito a diferença.
A posse de bola também não adiantou: 72.4% contra 27.6% dos argentinos. O Grêmio trocou mais que o dobro de passes em relação ao Estudiantes (585 a 212), e ao final dos 90 minutos teve apenas uma finalização a gol de vantagem (5 a 4). Não deixou de tentar, mas o fez sem a sua qualidade regular. Isso não quer dizer que o Tricolor tenha feito o seu pior jogo nesta campanha, mas sem dúvidas foi o mais difícil. Vai precisar melhorar até o dia 28 de agosto, além de tomar cuidado com os contra-ataques dos alvirrubros de La Plata.
Curiosidades
• Jogando na Argentina, o Estudiantes jamais foi derrotado após sair em vantagem. A escrita continua.
• Autor do primeiro gol, Juan Apaolaza fez o seu primeiro gol nesta Libertadores justamente em sua primeira finalização
• Em jogos contra brasileiros na Libertadores, o Estudiantes igualou o número de vitórias do River Plate (9). O Boca Júniors é o maior carrasco dos nossos times no torneio: 18 triunfos.