Marta foi uma das convidadas do evento, realizado em Nova York, que promove a igualdade de gênero no esporte.
A brasileira, que é uma das quatro embaixadoras da ONU Mulheres, fez um discurso emocionado na sede da ONU e foi aplaudida de pé.
"Minha vida não foi fácil. Nasci em uma cidade de 11 mil habitantes , no interior do estado de Alagoas, no norte do Brasil, em uma família pobre. Meu pai, como muitos pais até hoje, saiu de casa quando eu tinha menos de um ano de idade e minha mãe teve que trabalhar muito duro pra sustentar meus três irmãos e eu. Talvez o dia-a-dia exaustivo de trabalho não dava tempo para minha mãe prestar atenção ao falatório na cidade sobre o absurdo que era uma menina jogar futebol no meio de meninos", disse a jogadora.
A atacante de Dois Riachos, interior de Alagoas, falou sobre as dificuldades que teve que superar para chegar até onde chegou, eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo: "O preconceito e a falta de oportunidade já me doeram ao longo do meu caminho. Doeu quando meninos não me deixaram jogar. Doeu quando treinadores me tiravam dos campeonatos porque eu era apenas uma menina. Doeu quando deixei minha família com 14 anos de idade para enfrentar três dias de viagem de ônibus com dinheiro contado no bolso e ir morar sozinha no Rio de Janeiro para jogar futebol profissional. Mas minha certeza de onde eu iria chegar nunca me deixou desistir".