A Copa do Mundo do Catar está chamando mais atenção fora de campo do que dentro. As principais perguntas nas entrevistas coletivas são a respeito dos direitos humanos, bastante criticados no país sede.
Eric Dier, zagueiro da Seleção da Inglaterra, foi questionado sobre a entrevista do presidente da FIFA, Gianni Infantino, que rebateu as críticas.
"Não vi nada sobre a coletiva, obviamente só foi mencionado para nós, mas não pude ver. A mensagem importante para mim, para nós como jogadores de futebol é difícil porque sabemos que teremos de lidar com essas questões todos os dias, é uma situação difícil para nós. A Copa do Mundo foi dada ao Catar em 2010, eu tinha 16 anos. É difícil para mim falar porque nós jogadores não temos poder de escolha sobre onde e quando jogaremos, isso depende de pessoas que estão acima de nós, mas somos nós que sentamos aqui para responder esse tipo de questão. É decepcionante", disse.
"Para nós, para mim individualmente, carrego os valores que me foram passados pela minha família, e carrego esses valores onde quer que eu vá. Ao mesmo tempo, respeito todo lugar que vou. Estamos aqui há muito pouco tempo, então para mim é importante viver essa experiência, e depois ter uma ideia melhor do que dizer. Muitas coisas aconteceram, muitas coisas decepcionantes, isso estará na minha mente, mas como um time, não importa onde vamos, carregaremos nossos valores e respeitaremos onde formos. É difícil falar sobre esse tipo de situação", completou.
"Não estou falando dos últimos dias, estou falando da construção dos estádios, por exemplo, é obviamente uma situação terrível. As coisas aconteceram no passado. Mas nós jogadores não temos nenhuma influência nessas decisões. É uma Copa do Mundo e estou muito orgulhoso de estar aqui e representar nosso país e jogar futebol. No fim do dia, somos jogadores. Não somos políticos, mas temos nossos valores, e falamos deles, do que acreditamos, e acho que isso é o mais importante sempre de uma maneira respeitosa", concluiu.
Por fim, o jogador falou sobre a repetição das perguntas sobre a situação do Catar nas coletivas: "Claro que tira um pouco, porque estamos aqui falando disso em vez de futebol. Não podemos nos esconder disso, está aqui. Então, seria errado ignorar, mas ao mesmo tempo estamos aqui para jogar futebol. Eu sou um jogador, não sou inteligente o suficiente para ser qualquer coisa diferente disso. Então, ao mesmo tempo estou muito empolgado para jogar futebol, mas essas coisas estão presentes".