A conquista da Libertadores de 2011 foi inesquecível para os torcedores do Santos. Mas o que muitos não lembram, é que a campanha quase foi interrompida ainda na fase de grupos da competição, principalmente após Neymar ser expulso por usar uma máscara.
Depois de empatar as duas primeiras partidas e perder a terceira por 3 a 2 para o Colo-Colo, fora de casa, o Peixe teria que vencer os últimos três jogos para se classificar. Ainda por cima, a equipe estava sem treinador, com a demissão de Adílson Batista no final de fevereiro daquele ano.
Então, no dia 6 de abril, em nova partida contra o Colo-Colo, o Santos precisava vencer de qualquer maneira para não dar adeus à competição. Muricy Ramalho, que seria o novo comandante santista, assistiu à partida nos camarotes da Vila Belmiro, após ser anunciado um dia antes.
E a somente a presença de Muricy já parecia mudar os ares da equipe. Mesmo pressionado, o Santos começou muito bem, ao contrário do que aconteceu nos últimos três jogos da Libertadores, e abriu 2 a 0 logo no primeiro tempo.
Golaço, máscara e expulsão
February 2, 2020
Na volta do vestiário, demorou apenas seis minutos para Neymar marcar mais um golaço. O craque passou por dois marcadores, deu um chapéu no terceiro e bateu encobrindo o goleiro com muita categoria. Mas com 3 a 0 no placar, a partida já estava decidida, certo? Errado.
Na época, Neymar era uma verdadeira febre entre a torcida santista e muitos torcedores usavam máscaras com o rosto do craque durante as partidas. Então, após fazer o gol, Neymar foi em direção a um de seus patrocinadores e pegou uma dessas máscaras. Mas ao colocá-la para comemorar o gol, recebeu cartão amarelo do árbitro. Esse era o segundo amarelo do camisa 11, que acabou sendo expulso da partida.
Em seguida, Zé Eduardo também foi expulso e deixou o Peixe com nove jogadores, contra dez do adversário. O Colo-Colo diminuiu para 3 a 2 o jogo que parecia ganho. No final, já no banco de reservas, Elano também recebeu cartão vermelho, mas o Santos conseguiu sair com a vitória.
Estreia de Muricy e classificação
Para garantir a classificação, o Santos ainda teria que vencer mais dois jogos. Muricy faria sua estreia contra o Cerro Porteño, fora de casa, sem contar com Neymar, grande estrela do time, Elano e Zé Eduardo, todos cumprindo suspensão.
Mas no dia em que o clube completava 99 anos de história, a equipe foi valente e conseguiu a vitória por 2 a 1, com atuação de gala de Paulo Henrique Ganso e gols de Maikon Leite e Danilo.
Após mais três pontos, o Santos dependia de uma vitória simples contra o já eliminado Deportivo Táchira, jogando na Vila Belmiro e com Neymar de volta, para avançar às oitavas de final. O craque santista começou inspirado e logo abriu o placar. Na comemoração, teve máscara novamente, mas dessa vez só com os dedos. O Santos venceu por 3 a 1 e garantiu a classificação que parecia impossível.
Com o feito e com Muricy no comando, o Peixe renascia na competição, contando com um Neymar cada vez mais inspirado dentro de campo. E o resto é história.