Nessa terça-feira (13), o Brasil venceu o Peru por 4 a 2, de virada, e garantiu o 100% de aproveitamento na arrancada das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022, no Qatar. Em um jogo mais difícil do que o placar aponta, o grande nome foi Neymar, que fez três gols e ultrapassou a marca de bolas na rede de Ronaldo Fenômeno pela seleção brasileira. De comum entre os dois há o fato que Neymar decidiu mais uma vez, assim como R9 fez muitas vezes quando a seleção não apresentava o melhor futebol.
Já faz algum tempo que a seleção do Peru não é mais vista como um "saco de pancadas". Os últimos anos dos peruanos sob a batuta de Ricardo Gareca transformaram a equipe em uma das principais competidoras da América do Sul, chegando à Copa do Mundo de 2018 e alcançando o vice-campeonato da Copa América em 2019. Por isso, já era esperado que o Brasil passaria sufoco na partida, mesmo sendo favorito.
E foi como aconteceu. Logo aos seis minutos, André Carrillo encontrou uma bola no ar e bateu forte, de primeira, sem chances para Weverton, marcando o primeiro gol para os donos da casa. A noite de Neymar começou aos 28 minutos da primeira etapa, quando ele converteu o pênalti, empatando o jogo.
Na segunda etapa, Renato Tapia voltou a colocar a seleção peruana em vantagem, mas ela durou pouco. Cinco minutos depois, o Brasil fez um gol "made in Liverpool". Roberto Firmino, atacante do Liverpool, cabeceou uma bola para a pequena área e Richarlison, ponta do Everton, só teve o trabalho de empurrar a pelota para o fundo das redes.
Aos 38 minutos do segundo tempo, Neymar sofreu novo pênalti e ele mesmo cobrou. Era a virada do Brasil e o segundo tento de Neymar, que a esta altura já tinha ultrapassado a marca de gols de Ronaldo Fenômeno e se tornado o segundo maior artilheiro da história da seleção canarinho.
Mas ele queria mais. E fez. Já nos acréscimos Everton Ribeiro chutou, a bola desviou em Gallese e bateu na trave. No rebote, Neymar apareceu para dar números finais ao jogo. Quatro para o Brasil, três de Neymar e dois para o Peru.
Uma apresentação que deixaria Ronaldo Fenômeno orgulhoso e o torcedor brasileiro com aquele pingo de nostalgia. Isso porque Neymar fez um papel semelhante ao do Fenômeno em muitas partidas pela seleção brasileira.
Não eram raros os jogos no final dos anos 1990 e começo dos 2000 que o Brasil performava pobremente e saía vencedor graças ao talento individual de R9. Muitos jogos pouco emocionantes ou vacilantes da seleção eram salvos pelo brilhantismo de um dos maiores camisa 9 da história da seleção. E isso traz um sentimento muito brasileiro futebolísticamente falando: ainda bem que temos um craque, assim como tínhamos em outras épocas.
Em uma noite que o Brasil encarou um adversário mais qualificado (que conseguiu acertar seis chutes no alvo em sete finalizações), foi o craque que decidiu a peleja. Chamou a responsabilidade, cobrou os dois pênaltis de maneira muito parecida e foi o responsável direto pela vitória brasileira.
De forma bastante brasileira, o time comandado por Tite viu a importância de ter um jogador acima da média em suas fileiras, mas também ficou claro que a ausência desse craque poderia ter custado os três preciosos pontos conquistados em terras peruanas. Neymar resolve, mas o coletivo ainda fica devendo, apesar de todos os números favoráveis como posse de bola, finalizações e afins.
Brasil e Argentina venceram os dois jogos que fizeram cada um e dividem a liderança das eliminatórias com seis pontos cada. De uma forma geral, o Brasil começa bem as eliminatórias para a Copa do Mundo e aponta para um ataque mais atuante e ofensivo: os comandados de Adenor balançaram as redes nove vezes e sofreram dois gols em duas partidas disputadas.