Neymar passa em branco e leva a pior no duelo individual contra Neuer, goleiro do Bayern de Munique, em duelo pela Champions League. A frase que abre este texto é uma verdade, mas não conta toda a história do reencontro entre os finalistas da temporada passada. É um fato que o camisa 10 do PSG não conseguiu estufar as redes do goleiro alemão nos dois encontros válidos pelas quartas de final desta edição do mata-mata europeu, mas se o time parisiense avançou para as semifinais, mesmo com derrota por 1 a 0 após a vitória por 3 a 2 obtida na ida, também é por causa do futebol jogado pelo ex-santista.
Isso porque no jogo de ida, apesar de Mbappé ter roubado os holofotes e de Keylor Navas ter salvado os franceses sob as traves, Neymar foi dono de duas assistências no 3 a 2, em plena Allianz Arena de Munique, e teve a sua participação não contabilizada pelas estatísticas ao manter alguns defensores ocupados enquanto Kylian Mbappé marcava o terceiro tento para o conjunto treinado por Mauricio Pochettino. No duelo de volta, o PSG foi derrotado por 1 a 0, mas deixou o gramado sorrindo. O resultado lhe serviu, graças ao critério do gol qualificado, para eliminar os atuais campeões. Derrota com sabor de vitória e tempero de vingança.
Tão logo o árbitro deu o apito final, Neymar aproveitou para comemorar a classificação na frente de Joshua Kimmich. Na véspera do encontro decisivo, o habilidoso meio-campista do Bayern disse ao site oficial do clube que os Bávaros avançariam porque eram um time melhor. E, se analisarmos friamente os números, é possível até debater que foram. Mas embora ajudem a ilustrar parte da história, os números não contam a história toda: o PSG foi merecedor porque aproveitou todas as suas chances na ida. E Neymar, mesmo sem ter feito um gol em Neuer, teve duas atuações que voltaram a evidenciar o grande jogador que ele é.
Se na ida foram duas assistências (uma para Mbappé e outra para Marquinhos), agora na volta o brasileiro esteve incansável em busca de um gol que fosse dar tranquilidade para a sua equipe. Em jogadas plásticas, em que dribles e belas matadas de bola antecederam uma finalização quase perfeita, a esfera teimou por, duas vezes, carimbar a trave do goleiro alemão. Neste encontro realizado no Parque dos Príncipes, Neymar foi quem mais finalizou: seis vezes. Três pararam no gigantismo de Neuer, mostrando que não é tarefa fácil bater o arqueiro alemão, e duas carimbaram a trave.
Se Neymar “perdeu” o seu duelo particular e, literalmente, bateu na trave para vencer Manuel Neuer, desta vez este não foi o roteiro do PSG contra o Bayern. Ainda que apostando mais em suas individualidades, e tendo que rezar para o volume maior de ataque dos alemães não se transformassem em mais gols, nesta temporada 2020-21 foi o PSG e Neymar quem riu por último contra os Bávaros.
“Eu fiquei devendo um gol ainda”, lamentou entre sorrisos de felicidade em entrevista pós-jogo para o 'TNT Spots'.
Que venham as semifinais, contra Manchester City ou Borussia Dortmund.