“Filipe Luís é um lateral mais defensivo”. Você provavelmente já escutou em algum momento esta frase, tão verdadeira quanto o mito da “Terra Plana”.
A confusão era provavelmente causada por dois fatores especiais: a comparação com Marcelo, jogador do Real Madrid que de fato acostumou-se ao longo de sua carreira a apoiar muito mais do que defender; e ao estilo de jogo mais defensivo do Atlético de Madrid, clube em que Filipe fez história.
Mas mesmo na equipe treinada por Diego Simeone Filipe conseguia equilibrar, quase à perfeição, as suas ações entre defesa e ataque. Bastava apenas ver mais jogos do Atleti (ou também Deportivo La Coruña e Chelsea) para perceber.
Na temporada 2016-17, por exemplo, o brasileiro só não deu mais assistências do que Griezmann (12), Ángel Correa e Koke (10, cada). Foram sete passes para gols, além de também ter sido, naquele ano, e ao longo de sua passagem pelo Atleti, um dos principais criadores de oportunidades no ataque.
A ironia é que, apenas agora no Flamengo, muitos passaram a notar a habilidade que Filipe tem para construir jogadas de ataque. Curiosamente, o lateral-esquerdo de 34 anos ainda não fez gol ou deu assistência após 17 partidas. Mas sua participação criativa é inquestionável.