Raphinha, atacante do Barcelona, foi o protagonista do quadro 'Minha História - Copa' do 'Uol Esportes', onde os próprios jogadores explicam como chegaram ao topo do futebol internacional e passaram a defender a Seleção Brasileira.
O jogador relembrou todas as dificuldades que enfrentou para dar os primeiros passos como jogador: "Eu preciso te contar uma verdade: é muito complicado. Para quem nasce dentro de uma comunidade, como eu, é difícil manter o foco. Sou da Restinga. É difícil seguir o seu caminho e não se desvirtuar".
"Perdi muitos amigos para o mundo do crime, para o tráfico... Amigos que jogavam até dez vezes mais que eu, que poderiam estar em um grande clube do mundo", reza o texto.
Em um texto bastente emotivo, Raphinha destaca o que fez para não perder o foco. "Algumas oportunidades aparecem - e são muitas. Prometem um jeito mais fácil de ganhar dinheiro. E é aí que as pessoas se perdem. Eu nunca saí do caminho, mas presenciei, andei junto com pessoas que estavam se perdendo".
"Ter esses exemplos tão próximos foi um fator importante para que mantivesse meu foco. Eu sabia o que queria desde muito pequeno: ser jogador de futebol. Conseguir esse objetivo saindo de uma comunidade é um sacrifício muito grande. Mas a minha ambição era ainda maior".
"Seria injusto dizer que passei fome na minha vida. Não. Meus pais nunca deixaram faltar comida em casa. Só que durante oito horas ou mais eu estava bem longe de casa. No caminho até o ponto de ônibus, eu parava as pessoas na rua e pedia para comprarem um lanche, qualquer coisa para eu comer. Já aconteceu de me ajudarem, mas também já aconteceu de me chamarem de vagabundo para cima", relatou.
Por fim, destacou porque optou pelo Barcelona e não por outro clube: "Meus ídolos de infância jogavam no Barcelona, então eu tinha o sonho de vir para cá e não medi esforços para conseguir", concluiu.