Em 8 de novembro, Gérard Armand falou diante das autoridades como testemunha. Ele nega ter cobrado para doar seu fígado (o que se configura crime de tráfico de órgãos), mas mantém suas suspeitas de que houve um possível lucro por parte de alguém e pede que se leve a fundo um caso que envolve o nome de Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona. É assim que Gérard se manifesta na primeira entrevista, concedida a 'El Confidencial'.
Ex-lateral do Barcelona e da seleção francesa, Éric Abidal precisou passar por um transplante de fígado após um câncer. Porém, além do que muitos puderam imaginar, o jogador estava sendo investigado por suspeita de compra do órgão no mercado negro.
As investigações surgiram após a suspeitas de o ex-presidente do Barcelona ter pago pela compra do fígado. Na ocasião, Abidal jogava com a camisa do time espanhol. Entretanto, a ONT - Organização Nacional de Transplante – havia acabado com rumores ao divulgar nota alegando que tudo ocorreu corretamente. Mesmo assim, agora, o assunto voltou à tona.
"Nego, absolutamente. Meu advogado veio me ver em Barcelona e me disse o mesmo que na Justiça, que mantenho meu carro velho, trabalho na mesma empresa e agora mesmo estou em lista de endividados. Se tivesse cobrado esse dinheiro, teria mudado de trabalho, de carro, de vida...", disse o primo do ex Barcelona, negando ter recebido dinheiro.
"Quando minha mulher me chamou, o primeiro que me disse é que não era possível me pagar, nem dar uma recompensa, porque se considerava tráfico. Nem se eu tivesse vontade, porque Eric é da família, é meu primo, fiz por meu primo. Eu não cobrei por essa operação", afirmou.
A 'El Confidencial', o primo de Eric acrescenta: "Agora, com o tempo, acho que é possível que haja algo. Gostaria de saber o que é. Se não houver nada, melhor. E se houver algo, não sei como dizer, mas espero que Éric não esteja envolvido, que não tenha nada a ver com o assunto. Senão, a coisa vai ficar muito feia. De qualquer forma, me chamaram, vão chamar Éric e vão chamar Sandro Rosell para que dêem explicações sobre as conversas".
"Nos dias anteriores à operação, a relação era boa, muito boa. Fazia tempo que não nos víamos, então resolvemos nos encontrar. Foi ótimo. Agora, faz uns oito ou nove meses que não tenho notícias dele. Já não falo com ele. O único que quero é que esse assunto acabe de vez", concluiu.