Chuva de golos, exibições históricas, estreia a marcar na Europa e lágrimas...O Benfica-Eintracht de Frankfurt teve de tudo mas mais que isso uma figura de destaque: João Félix.
O encontro da primeira-mão dos quartos-de-final da Liga Europa encheu a Luz para uma noite que muitos não esquecerão. Um autêntico espetáculo de futebol em que uma estrela brilhou mais que as outras.
Os alemães traziam na comitiva dois velhos conhecidos da casa, um porque jogou no seu plantel e outro porque é um velho rival. Falámos de Jovic e Gonçalo Paciência claro está mas nem os seus conhecimentos sobre os encarnados foi suficiente para travar os pupilos de Bruno Lage.
O jogo começou muito disputado mas foi apenas necessário esperar 20' para gritar golo na Luz e para o Eintracht se ver reduzido a dez. N' Dicka derruba Gelson que seguia isolado na área. Penálti a favor dos da casa e um a menos para os visitantes.
João Félix foi chamado a converter a pena máxima e não falhou. Colocava os encarnados em vantagem e estreava-se a marcar na Europa. Era o que faltava à pérola das águias e ai estava o seu primeiro de muitos golos nas competições continentais.
Em desvantagem e com um jogador a menos os alemães viram-se dominados pelo Benfica. Os da casa tentavam ampliar a vantagem mas nem todos estavam inspirados com o alvo.
Aos 40', um dos velhos conhecidos da casa, Jovic, restabeleceu a igualdade no marcador num erro de Fejsa e numa excelente recuperação de Rode. Rebic cruza para Jovic fazer aquilo que mais gosta: marcar.
O sérvio sorriu e não teve problemas em celebrar o golo marcado à sua ex-equipa. Mas houve alguém que lhe roubou o sorriso... a estrela mais brilhante dos encarnados.
Foram precisos apenas três minutos para João Félix voltar a marcar e colocar novamente o Benfica em vantagem. O '79' encarnado recebe à entrada da área e dispara num remate colocado para o fundo das redes de Trapp que não conseguiu evitar o segundo das águias.
Ainda antes do descanso o Eintracht viu um golo anulado por fora-de-jogo de Danny da Costa. Um erro da defesa encarnada que poderia ter custado novamente o empate em poucos minutos.
Depois do intervalo foi preciso esperar pouco tempo para se assistir a novo golo, desta vez foi Rúben Dias que apareceu ao segundo poste para cabecear para o fundo da baliza de Trapp mas não podia faltar a intervenção mágica de João Félix que serve o companheiro de equipa depois de um canto convertido por Grimaldo. 3-1 para os da casa e a história não terminava por aqui.
Quatro minutos depois, João Félix recebe um cruzamento de Grimaldo dentro da área e encosta para o seu primeiro hat-trick na Europa e para o 4º golo dos encarnados que os colocavam com uma grande vantagem na eliminatória.
O jogo começou a acalmar e Bruno Lage começou a dar descanso aos seus jogadores e fez saltar o melhor marcador da equipa que começou o encontro no banco: Seferovic.
Do outro lado, Adi Hütter fez saltar para o terreno Gonçalo Paciência, o ex-jogador do FC Porto foi muito assobiado ao pisar o relvado do estádio de um dos seus maiores rivais enquanto jogava de azul e branco.
O português entrou no Eintracht e a verdade é que a equipa subiu no jogo, tanto que aos 72' o mesmo Gonçalo cabeceiou em arco para o fundo da baliza de Vlachodimos.
Os alemães viam a sua desvantagem diminuir e conseguiram reabrir a eliminatória que João Félix quase sentenciou. Até ao final do encontro pararam os golos mas as oportunidades iam surgindo.
Do lado do Benfica, Seferovic procurava o seu golo numa noite mágica na Luz enquanto que os alemães com dez tentavam contra-ataques rápidos que lhes permitissem reduzir ainda mais a desvantagem.
Um 4-2 final numa eliminatória onde está mais que visto que tudo pode acontecer. Uma vantagem para o Benfica que viaja para a Alemanha com um pé nas meias-finais mas onde não se podem esquecer que os dois golos do Eintracht na Luz podem reverter a situação.
Uma noite onde houve polémica, uma expulsão, seis golos e uma estrela que hoje nasceu para brilhar na Europa. A sua qualidade não passava despercebida na Liga Portuguesa mas esta noite fez nas competições europeias aquilo que os melhores jogadores fazem: uma exibição histórica com muito brilho.