Quem diria há uns anos, quando a Seleção Espanhola ganhava títulos de três em três apoiada no modelo de jogo e em atletas do Barcelona, que o clube catalão renunciaria a sua própria identidade e, por fim, a seu próprio êxito?
Inclusive o Real Madrid passou a usar a forma de atuar do arquirrival: o futebol coletivo, a posse de bola e o uso de espaços.
E isso porque a torcida do clube de Santiago Bernabéu não era adepta do toque de bola, segundo diziam alguns ferozes microfones e cartazes à época. Estavam equivocados.
No estádio 'merengue', são fãs do que é bom. E, hoje, o bom está ali, não no Camp Nou, onde sobra apenas um Leo Messi que não tem grandes companhias.
Tanto Florentino Pérez como a RFEF adotaram seriamente o discurso futebolístico do Barça. Muito mais que o Barcelona que estava por vir. O presidente madridista se dedicou a contratar os jogadores que seguraram a bola desde 2012. Luka Modric, Toni Kroos, Isco Alarcón, Marco Asensio e até Dani Ceballos têm essa característica.
O próprio Real Madrid defende o que foi visto no Barcelona. Até o próprio time de José Mourinho, conhecido por jogar em contra-ataques. Até a Seleção, assumida por Julen Lopetegui, entendeu que apesar das ausências de Xavi e Andrés Iniesta, o modelo deveria permanecer, pois já chegariam outros atletas para jogar desta forma.
O Barcelona está empacado e preso a um futebol de ligação direta, o qual nunca venceu nada. O Real Madrid, por sua vez, bebe da fonte do arquirrival e trabalha com posse de bola e criação de jogadas.