Tite escolheu David Neres para a vaga de Neymar no amistoso contra Honduras, neste domingo (9). O treinador, no entanto, não confirma a titularidade do jogador do Ajax durante a Copa América. Ele vê outros nomes com chances de ocupar a vaga no setor ofensivo e evita rebater as críticas pela convocação de Willian.
Sem definir o jovem atacante como "herdeiro de Neymar", o técnico explica que pode fazer mudanças no setor ofensivo após o corte do camisa 10 da Seleção Brasileira por conta de uma lesão no tornozelo direito.
"Não tem isso [de o David Neres ser o herdeiro de Neymar]. Não tem definição. O campo fala. Pode ser com Gabriel [Jesus] e [Roberto] Firmino [no ataque]. Quem disse que não? Não sei. Pode ser com o [Lucas] Paquetá do lado. A equipe é organismo vivo. A equipe se expressa, te dá essa condição", explicou o treinador em entrevista coletiva.
Perguntado sobre as críticas da imprensa e da torcida por conta da convocação de Willian, jogador do Chelsea, para a lacuna deixada por Neymar, o técnico explicou:
"Eu não rebato crítica. Não é meu papel. cada um faz suas análises. A única batalha que eu compro é a da formação errada. A outra é de escolhas. Meu cargo é de escolha. Faz parte e eu respeito".
Confira, abaixo, outros trechos da entrevista coletiva concedida por Tite:
Compensar ausência de Neymar: "Não vejo muito essa relação. Temos externos como jogadores de enfrentamento, de um contra um. Há um ponto de equilíbrio entre construção e posse, mas precisa verticalizar. A ideia é ter esse equilíbrio. Neymar é muito parecido com os jogadores que a gente têm, de flanco, de velocidade".
Reação do elenco ao corte de Neymar: "Estamos muito mais atentos ao trabalho, em fazer um bom treinamento. Na nossa preparação para os jogos. Prioritariamente é isso. Se fala em relação ao Neymar, mas é em relação a todos aspectos. Pela convocação, reconvocação, escalação, bola parada, marcação agressiva, posse de bola, verticalizar o jogo. A nossa responsabilidade é fazer a equipe jogar bem".
Novo batedor de pênalti: "Coutinho, Gabriel, Firmino, Daniel Alves. É nessa ordem que eu tenho".
Possibilidade de usar Gabriel Jesus e Firmino juntos: "Quando acabou o treinamento, falei com Firmino. A melhor competição entre eles tem lealdade. É o Firmino que buscou a titularidade. Porém, eu não posso ser irresponsável. Se eu coloco o Firmino amanhã no jogo, com todas as intercorrências e ele machuca, o incompetente sou eu. Eu não tenho tempo hábil para ele treinar, desenvolver uma situação normal e avaliar que está legal, mesmo tendo atuado 60 minutos. Tem médico, fisiologista, carga de trabalho, viagem que teve. Não tivesse isso tudo, estaria iniciando o jogo, porque promovo a competição. O Gabriel voltou bem. O nível de confiança dele melhorou. A competição entre eles eleva muito a técnica".