A excelente campanha da Suécia na Copa do Mundo tem deixado os nórdicos muito orgulhosos e confiantes. E não é para menos. Afinal, a seleção voltará a disputar um jogo de quartas de final do torneio mais importante do futebol mundial após 24 anos. Para o duelo contra a Inglaterra, neste sábado (7), às 11:00 de Brasília (15:00 de Lisboa), milhares de torcedores prometem repetir em Samara a festa e o apoio dado ao time em São Petersburgo, no triunfo sobre a Suíça, por 1 a 0, pela fase anterior.
Na Suécia, todos prometem também parar para acompanhar a partida. Segundo o brasileiro Lucas Morales, que deixou Belo Horizonte há quatro anos para fazer um curso de design em Estocolmo e acabou ficando de vez no país, os jogos da seleção tem “transformado” o comportamento da população.
“Estocolmo está muito diferente para os jogos da Copa, é muito legal. Os suecos são geralmente bem reservados, mas na hora que sai um gol importante, todos gritam e se abraçam como se estivessem no Mineirão”, declarou em entrevista à Goal Brasil.
“Os primeiros jogos da Suécia eu vi aqui no trabalho mesmo, todo mundo parou para assistimos no projetor, com o ambiente todo cheio de bandeiras suecas e decorações em azul e amarelo. Fiquei surpreendido que até pessoas que normalmente não falam nada de futebol tem a camisa da seleção mais recente, pintam o rosto e ficam na torcida. Um clima bem legal”, completou.
Lucas garante que mesmo diante do discurso precavido dos suecos para não se frustrarem é possível notar uma confiança maior e diz ainda que torcedores aceitaram a não convocação de Ibrahimovic mesmo com toda a idolatria que o craque sueco tem no país escandinavo.
“Confiança é algo diferente aqui nos suecos também. Eles parecem não querer nutrir muita esperança para não se sentirem frustrados caso não dê certo, mas eu os vejo mais confiantes depois de terem passado de fase em relação aos estágios anteriores da Copa”, contou.
“O Ibra é praticamente Deus por aqui. Você não imagina de quantos produtos ele é o garoto propaganda. Do caminho de casa até o trabalho eu provavelmente o vejo umas 20 vezes. Mesmo com toda essa adoração, os suecos são bem realistas e a maior parte aceitou que ele está ficando velho e que estava na hora de começar a formar uma nova seleção, que joga bem em conjunto e não gira em torno de um só jogador”, ressaltou.
Botafoguense fanático, Lucas tem ido a um bar perto do trabalho ou a casa de amigos para assistir aos jogos do Brasil. Sua torcida é por uma reedição da final do Mundial de 1958, mas ele acredita que se o time canarinho seguir até a decisão e a Suécia cair antes grande parte da população nórdica irá “vestir” a camisa verde e amarela.
“Eu adoraria essa final, com certeza seria motivo para uma grande festa com todos os meus amigos brasileiros e suecos juntos para entregar um merecido vice-campeonato pra Suécia”, afirmou.
“Estou só esperando o Brasil chegar à final para me enrolar no bandeirão do Botafogo e ir assistir no meio da galera aqui. Acho que numa final Brasil contra qualquer outra seleção que não seja a Suécia, eles vão estar do nosso lado”, acrescentou Lucas, que disse estar gostando bastante de viver em Estocolmo.
“A vida aqui é muito boa, não tenho muito do que reclamar tirando aprender a língua sueca e o inverno pesado, com sol por poucas horas a cada dia. Atualmente é verão, então é o contrário... O país é bem acolhedor com estrangeiros, que são uma boa parcela da população. Os suecos são mais reservados do que nós brasileiros, então tem um pouco de choque de cultura logo de cara, mas, quando você ganha a confiança deles, são muito legais”, explicou.
“As principais dificuldades são ligadas a burocracias que você não conhece, e para eles fazem muito sentido, então nem comentam nada. Conseguir o visto de trabalho é uma dor de cabeça, mas outras burocracias como o imposto de renda são bem resolvidas: o governo faz a declaração, te mandam preenchida e você confirma por celular. Realmente não tem muito do que reclamar”, finalizou.