Em agosto, Carlos Amadeu tomou uma decisão importante na sua carreira, ele deixou o sub-20 do Bahia e topou o desafio de trabalhar no desenvolvimento de atletas do Al Hilal, da Arábia Saudita. O vasto currículo, principalmente na base da seleção brasileira, foi um dos motivos que impulsionaram os sauditas a apostarem no treinador para desenvolver seus próprios talentos.
Na última convocação de Tite, por exemplo, estiveram presentes vários jogadores que passaram anteriormente pela mão de Amadeu.
"Nesta última lista tem o Richarlison, Rodrigo, Gabriel Menino e Matheus Cunha, em outras já tiveram Vinicius Jr., Eder Militão, Paquetá, etc", relembrou o treinador em exclusiva ao portal 'Goal'.
Amadeu também ressaltou o trabalho de desenvolvimento feito em várias esferas e não apenas dentro do campo.
"Vejo com orgulho pelo amadurecimento de cada um deles, como grandes pessoas que são. Além disso, sinaliza que o trabalho desenvolvido por toda minha equipe (por trás do treinador tem uma equipe de profissionais competentes) sempre esteve na direção correta. Um trabalho que primou pela honestidade, desenvolvimento de pessoas, performance e resultados".
Outro jogador que passou pela sua mão foi Vinicius Júnior, ele vem evoluíndo no Real Madrid. Você tem visto a evolução dele na Espanha?
O Vinicius é um garoto de ouro, feliz, dedicado, comprometido com o que faz. Está cada dia mais atlético, e esse ano com certeza conquistará mais minutos e fará muitos gols, que sempre foi sua principal característica na sua formação, foco no gol e foco nas conquistas.
Você fez um bom trabalho no Vitória, fez ótimo trabalho na base da seleção, estava na base do Bahia... O que te fez optar por esse projeto na Arábia?
Estava feliz com o trabalho que vinha desenvolvendo no Brasil. Fui feliz nos Clubes e também na Seleção. Contribuir na formação de jovens atletas, ajudando-os no autoconhecimento, potencializando virtudes e a minimizando suas fraquezas(dentro e fora do campo),faço isso com muito prazer, desde 1991. Além disso pude influenciar e ajudar a desenvolver uma geração de novos treinadores no Brasil. Agora, chegou uma oportunidade maior, e nela vislumbrei algumas possibilidades, uma delas é contribuir com a formação de jovens de outros países, e a outra é de me desafiar como profissional, sem falar o desafio pessoal, pois estou em um país com uma cultura totalmente diferente da nossa, aprendendo e evoluindo enquanto ser humano.
O Al Hilal é hoje o principal clube da Arábia Saudita, como é essa estrutura que você encontrou ao chegar para trabalhar?
O Al Hilal é um gigante não só na Arábia Saudita, mas em toda a Ásia.Um Clube estruturado, organizado e funcional. Ele não se limita ao futebol, pois tem também os esportes olímpicos, inclusive com vários brasileiros. Para citar apenas um, O campeão olímpico Talmo é o Treinador do Volei. Lógico que existem diferenças, mas em um mundo globalizado, está cada dia menor.
Vejo que os sauditas gostam muito dos estrangeiros, mas também ficam muito felizes quando seus jogadores se destacam. O que o atleta saudita precisa evoluir?
Eu fiquei muito feliz em ver jovens atletas com muito talento, aqui. Tenho na minha equipe atletas que jogariam no Brasil, sem nenhuma dúvida. A evolução passa pela mentalidade, pois nem todos pensam futebol como prioridade, ou como única fonte de renda, apesar disto está mudando.
Há algum jogador saudita que chame a sua atenção? Que poderia jogar em clubes de fora?
Aqui no Hilal tem alguns jovens que jogariam no Brasil, citarei apenas o trio de meio campo da minha equipe, o Dahom, o Mussab e o Hamada. São jogadores com bom poder de decisão é ótima técnica individual.