A CONMEBOL expressou sua solidariedade a Edinson Cavani nesta terça-feira e considerou que a punição da Federação Inglesa (FA) do jogador uruguaio, por um comentário nas redes sociais, “claramente não leva em consideração as características culturais e o uso de certos termos na fala uruguaia diariamente".
O atacante do Manchester United foi sancionado em 31 de dezembro com 100.000 libras (110.000 euros) e três jogos por um comentário em sua conta do Instagram que foi considerado "insultante, abusivo e impróprio" pela FA.
Cavani, que terá de comparecer a sessões de "educação presencial", escreveu em 29 de novembro, após uma virada contra o Southampton, "gracias, negrito" em resposta aos parabéns de um torcedor.
A esse respeito, a CONMEBOL acrescentou em seu comunicado que o “julgamento desses tipos de afirmações, no âmbito de um processo que pode acarretar penalidades para o atleta e que afetam sua reputação e bom nome, deve ser sempre realizado de acordo com o contexto em que foram feitos".
A autoridade máxima do futebol sul-americano disse que esse julgamento deve ser feito principalmente com base nas "peculiaridades culturais de cada jogador e de cada país".
“A CONMEBOL condena e sempre condenará com a maior energia qualquer manifestação racista ou discriminatória, mas o caso específico pelo qual Cavani foi sancionado não constitui uma delas”, conclui o comunicado.
A Associação Uruguaia de Jogadores de Futebol descreveu nesta segunda-feira como "discriminatório e racista" o tratamento da Federação Inglesa a Cavani e como "ato discriminatório contra a cultura e modo de vida dos uruguaios".
Depois de conhecer a sanção, o Uruguai saiu em defesa de um de seus maiores ídolos, vencedor de três Copas do Mundo e segundo maior artilheiro da história da seleção.
A Academia Nacional de Letras do Uruguai também expressou sua "rejeição mais enérgica" da punição.