Presidente da FIFA, Gianni Infantino respondeu às polêmicas causadas pelas acusações de que o Comitê de Ética da entidade esteja comprometido e prometeu reintroduzir a palavra “corrupção” na regulação oficial.
Em matéria publicada no Der Spigel, da Alemanha, com dados coletados juntos à Football Leaks, foi noticiado que Infantino esteve pessoalmente envolvido em uma reestruturação das regras que aboliu qualquer menção à corrupção na FIFA. Em resposta, a entidade se defendeu afirmando que as mudanças foram feitas para deixar os conteúdos - de diversas traduções do documento - mais claras.
Infantino deixou claro o seu incômodo com a omissão da palavra, e garantiu que vai recuperar o texto original que faz referência a subornos e acusações de corrupção: “Corrupção fora da regulamentação? Isso também me atinge, e ninguém reparou que a palavra aparece até na versão em francês”, afirmou para o Daily Blick, da Suíça.
“Vocês podem escrever em letras garrafais: eu vou exigir que esta palavra seja reintroduzida no próximo congresso, porque não toleramos corrupção na FIFA”, completou o mandatário.
AJUDA A PSG E CITY?
Outra das acusações listadas no Spigel diz que Infantino ajudou clubes de destaque, como PSG e Manchester City, a driblarem o Fair Play Financeiro da UEFA na época em que ainda trabalhava na entidade europeia. E ainda que tenha reconhecido o contato com as instituições citadas, Gianni Infantino garantiu que nada de ilegal existiu.
“Olha, esta é outra coisa que pode ser colocada de outra forma. O nosso objetivo na UEFA sempre foi de manter os clubes conosco, então você negocia e busca encontrar soluções. Este era o meu trabalho como Secretário Geral”.
“O que é fato nesta história de Fair Play Financeiro, é que 30 violações foram detectadas. Houve acordos com todos, menos um. Acordos e negociações são expressamente permitidos (...) E aí foi aprovado por um grupo independente de profissionais. Eles poderiam ter recusado ou feito alterações. Foram 50 pessoas importantes dos clubes, advogados e por aí vai, que olharam para os casos. Quero dizer: eu poderia colocar algo assim de lado? Impossível”.
MUNDIAL DE CLUBES AO INVÉS DE SUPERLIGA
Sobre a possibilidade de uma Superliga com os principais clubes europeus, que ameaçaria a existência da Champions League e outros campeonatos domésticos, Infantino não acredita que seja uma ameaça real.
“PSG e Manchester City em uma Superliga? Não, acho que não. Eu também não consigo imaginar a Bundesliga sem o Bayern de Munique”, completou. “Estou no futebol há 20 anos, e a ideia de uma Superliga circulou várias vezes. É natural que (os clubes) queiram tirar o máximo (de dinheiro).
“É por isso que nós queremos uma Copa do Mundo de Clubes, que é melhor do que esta possível Superliga. Tudo ficaria junto e ninguém iria se separar. Nós precisamos nos prevenir com isso porque acreditamos que o futebol deve seguir com suas estruturas”.