A Superliga Europeia teve recuo de seus fundadores. Após ser lançado no domingo (19), e de toda a repercussão negativa que gerou no Velho Continente, o novo formato de competição que rivalizaria com a UEFA Champions League segue dando o que falar.
Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, não desistiu do projeto, chamou a UCL de "obsoleta" e garantiu que pretendia apenas "salvar o futebol". O mandatário afirmou que um clube inglês que inicialmente se comprometeu a ingressar na Superliga "infectou" outras pessoas envolvidas no projeto com seu desinteresse, acabando por fazê-lo desmoronar.
"Havia um clube no grupo inglês que não tinha muito interesse e poderia infectar outros. Esse clube, que não vou dizer o nome, assinou um acordo vinculativo. Estou convicto que se este projeto não sair, sairá outro", disse Pérez ao 'El Larguero'.
“Estou triste e desapontado. Há anos que trabalhamos nisso, procurando ver como melhorar as coisas do ponto de vista futebolístico e econômico. As ligas são sagradas. O que podemos mudar são os jogos no meio da semana. A Champions League está obsoleta", apontou ele. "A Champions só é interessante a partir das quartas de final", continuou o espanhol.
O presidente analisou que uma Superliga é necessária para o futuro e que pode ser determinante para o esporte. "A UEFA deu um show que me surpreendeu completamente. Como se tivéssemos lançado uma bomba nuclear. O que fizemos de errado? Talvez tenhamos apresentado mal, mas por que não nos deixaram falar sobre isso?", questionou ele.
"Não é justo que na Inglaterra seis estejam perdendo e 14 ganhando, que os grandes clubes da Espanha estejam perdendo dinheiro e os pequenos clubes ganhem dinheiro. O futebol é uma pirâmide. Se houver dinheiro no topo, o dinheiro desce e todo mundo recebe algum", ponderou Pérez.
"Parecia tudo orquestrado. Insultos, ameaças, como se tivéssemos matado o futebol.Estávamos tentando salvar o futebol. Estamos abertos para que alguém apareça com outra opção além da Superliga. Não se trata de ricos e pobres. O Real Madrid não é rico, é rico em troféus. Não ganho um centavo com isso. Devo dizer que em 20 anos, se eu quisesse uma camisa, pagaria por ela. tenho autoridade para dizer que, se estou fazendo isso, é pelo bem do futebol", tentou se explicar ele.