Em entrevista antes da partida decisiva da Champions League contra o Tottenham nesta quarta, o técnico do Manchester City Pep Guardiola não poupou sinceridade ao falar sobre o desafio de se classificar no mata-mata após a derrota de 1 a 0 no jogo de ida:
"Sei que nossos jogadores estão focados e querem vencer, mas será o bastante? Não sei. Uma vez cheguei em uma final com um chute ao gol e em outra tivemos 33 chutes e não nos classificamos. Futebol é assim", disse o treinador.
O treinador espanhol misturou um pouco os números, mas os dados extremos são reais. Em 2009, seu Barcelona eliminou o Chelsea com um empate por 1 a 1 em partida onde o time acertou só um chute ao gol: o disparo decisivo de Andrés Iniesta no minuto final. Os outros sete chutes do time em toda a partida foram para fora.
Já em 2016, foi a vez do Bayern de Munique treinado por Guardiola chutar 33 vezes na semifinal contra o Atletico de Madrid, mas a vitória por 2 a 1 não foi o bastante para levar o time à decisão. A diferença desse exemplo é que aqui o técnico levou em consideração os chutes totais: foram 12 chutes no gol, 15 para fora e 6 bloqueados.
Os exemplos lembrados pelo maior técnico da atualidade curiosamente acontecem pouco depois de uma discussão parecida acontecer no Brasil. Na semifinal do Campeonato Paulista, o Santos precisou chutar 25 vezes a gol para vencer o Corinthians por 1 a 0 só para então ser eliminado nos pênaltis. O rival teve míseros três chutes no jogo, todos para fora.
Embora Pep Guardiola pareça sincero quando diz que "o futebol é assim", seria compreensível se ele falasse com raiva dessa caracaterística do futebol. Grandes times seus no Barcelona e no Bayern de Munique foram eliminados em partidas estranhas de mata-mata onde tudo dá certo para um lado e errado para o outro.
Quarta-feira é hora de descobrir se seu Manchester City, que está 16 pontos na frente do Tottenham na Premier League, vai conseguir transformar a provável pressão em gols.