Gabriel Jesus tem sido alvo de críticas pelo rendimento aquém do esperado no Manchester City. Classificado pela imprensa inglesa como um 12º jogador da equipe, o camisa 33 perdeu espaço diante da boa fase de Sergio Agüero e Sterling. Ainda assim, os gols têm saído, só que muitos "escondem" a irregularidade do brasileiro.
Na atual temporada, Gabriel Jesus tem 17 gols em 37 jogos (média de 0,46 gol por partida). Em 2017/2018, ele fez os mesmos 17 gols, mas precisou de 42 partidas, o que lhe garante uma média melhor agora (0,46 contra 0,40 da temporada passada). Para efeito de comparação, ambos os números perdem para os do primeiro semestre no City, quando fez sete gols em 11 jogos (0,63 por compromisso).
Mesmo com o bom desempenho atual nos números, o atacante de 21 anos admitiu em entrevistas ao longo da temporada que tem oscilado mais que o normal. Isso tem acontecido desde a última Copa do Mundo, em que Gabriel foi titular nos cinco jogos da Seleção Brasileira e não fez nenhum gol.
E a frieza dos números mascara essa instabilidade e o fato de nunca ter ficado tanto no banco de reservas do City. Confira as estatísticas que envolvem as atuações de Gabriel Jesus pelo time inglês e pelo Brasil desde a saída do Palmeiras, em janeiro de 2017.
TEMPORADA 2016/17 - MARCANDO PRESENÇA DESDE CEDO
Em seus primeiros seis meses de Manchester City, Gabriel Jesus deixou ótima impressão e superou as expectativas. A adaptação ao futebol inglês foi instantânea e se traduziu nos sete gols e uma assistência em 11 jogos de Premier League e FA Cup. Destes, em nove o brasileiro esteve entre os titulares.
Uma fratura no metatarso do pé direito, no entanto, fez com que a temporada fosse encurtada e ele perdesse nove partidas entre compromissos do Campeonato Inglês, Copa da Inglaterra e os dois duelos das oitavas de final da Champions League daquele ano contra o Monaco. O rendimento tornou sua presença nos titulares, que antes parecia distante, uma realidade nos Citizens.
TEMPORADA 2017/18 - CRESCIMENTO E RECONHECIMENTO
Já adaptado ao futebol inglês, Gabriel demonstrou mais desenvoltura no esquema tático de Guardiola e foi presença constante no time titular do City. Outra lesão, desta vez no joelho esquerdo, não afetou tanto sua participação na campanha e demonstrava que ele seria o dono da posição de centroavante na equipe.
A ameaça de Agüero não era tão grande naquela época, e as atuações colaboravam coletivamente tanto pelas bolas na rede, quanto pelos passes decisivos que deu, fortalecendo sua presença entre os titulares da Seleção antes da Copa do Mundo.
TEMPORADA 2018/19 - BANCO DE RESERVAS E FRUSTRAÇÃO
Jesus voltou da Copa do Mundo diferente. Irregular, começou a ter sua vaga ameaçada entre os titulares. A prova disso é que, até o momento, foram 21 partidas ao todo começando na reserva na temporada 2018/19.
Além disso, a considerável média de gols foi inflada por dois hat-tricks - um no 9 x 0 contra o Burton Albion, na Carabao Cup, e outro no 6 a 0 sobre o Shakhtar Donetsk, pela fase de grupos da Champions League, após um jejum de 43 dias.
A situação atual de Gabriel está relacionada diretamente ao rendimento obtido na Seleção Brasileira. Seu rendimento antes e depois da Copa do Mundo também é notavelmente diferente.
TEMPORADA 2017/18 ATÉ ANTES DA COPA - VOANDO ALTO
Desde a ida para o Manchester City, Gabriel Jesus esteve presente em 12 partidas da Seleção Brasileira com Tite. E foi decisivo sob o comando do treinador gaúcho, ajudando a equipe a se recuperar nas Eliminatórias com uma ótima sequência de resultados.
Credenciado pelo bom início nos Citizens, o desempenho foi notável ao longo de 2017 e o início de 2018 nas Eliminatórias para a Copa do Mundo e nos amistosos. Sua média de gols foi de 0,45 tento por jogo, assegurando-lhe a camisa 9.
TEMPORADA 2018/19 (COPA E PÓS-COPA) - APATIA
No Mundial da Rússia, Gabriel Jesus batalhou em campo, mas não conseguiu estufar as redes. Apesar da pressão para a entrada de Roberto Firmino em seu lugar, Tite manteve-se firme com o ex-centroavante do Palmeiras no comando de ataque, valoriznado o fato de ser um "jogador que cumpre a função tática".
Após a eliminação diante da Bélgica, nas quartas de final, Gabriel Jesus foi um dos focos de crítica. Ele se tornou o primeiro camisa 9 da história da Seleção a não fazer gols na Copa do Mundo. Passado o torneio, ele também viu seu lugar na equipe de Tite ameaçado.
O atacante, por exemplo, não esteve na primeira lista convocatória do Brasil pós-Copa, para os jogos contra Estados Unidos e El Salvador. No pós-Copa, disputou só dois jogos pela Seleção, sendo reserva em um deles.
Mesmo contando com a confiança de Pep Guardiola e Tite, Gabriel Jesus tenta recuperar o status de titular no clube inglês e, consequentemente, na Seleção. Para isso, precisará mostrar serviço no restante da temporada europeia para brigar por um lugar na Copa América, no Brasil, entre 14 de junho e 7 de julho.