Neymar e o Brasil não tiveram êxito na campanha da Copa do Mundo, ao cair nas quartas de final, diante da Bélgica, por 2 a 1. Após a derrota, o lateral-esquerdo Marcelo chegou a comparar o 7 a 1 sofrido contra a Alemanha, quatro anos atrás, ao revés de 2018.
A valorização de lances por parte de Neymar foi um dos pontos de atenção dos internautas. No entanto, ele foi tema de ridicularização por todos, a ponto de ser tema de debates e até zoações ao redor do mundo.
A preocupação de que o comportamento do brasileiro fosse aderido por outros, está ganhando cada vez mais força, e justamente pelo comportamento de um colega de equipe.
Kylian Mbappé faz um Mundial que surpreende a todos, de maneira positiva. O desempenho nas oitavas de final, contra a Argentina, o fez ser comparado a Ronaldo. Mas, na fase seguinte, contra o Uruguai, uma outra face do jovem francês foi revelada.
A tensão envolvendo o camisa 10 dos Bleus com Cristian Rodríguez, nos minutos finais de jogo, Mbappé fez um drible que lembrou a carretilha de Neymar contra a Costa Rica. Ambos foram desnecessários, dado o contexto e o andamento do confronto.
Aquilo ficou marcado tanto quanto os gols da vitória dos comandados de Didier Deschamps.
"Ele deve aprender as coisas boas de Neymar, não o que ele fez contra o Rodríguez. Neymar tem 26 anos, Mbappé tem apenas 19", disse o campeão da Euro 1984 com a França, Alain Giresse, com exclusividade para a Goal.
Com essa idade, o jogador já tem capacidade para saber que suas ações refletem no jogo. E o que o brasileiro costuma fazer, apenas reforça pré-julgamentos ruins sobre seu estilo de jogo.
Tais ações são ignoradas quando os dois jogam no Parc des Princes, onde os adversários oferecem pouca resistência. No entanto, quando o nível é mais alto, como em uma Copa, não parece que seja o torneio apropriado para fazer tal "espetáculo".
Apesar de tudo, Mbappé ainda é um jogador em desenvolvimento. "Ele é um fenômeno. Isso não significa que ele fará a gente vencer a todo o tempo", afirmou o ex-treinador da França, Laurent Blanc.
"Talvez ele erre algumas vezes, é normal. Com 19 anos, não dá para ter tudo", completou Blanc.
Quando ele retornar à França - como campeão ou vice - Giresse acredita que ficará por conta do brasileiro "adotar" o camisa 29 do PSG, e dar conselhos. Em toda a sua carreira, o atacante do Brasil nunca teve o papel de tutor de alguém e, com 26 anos, talvez ele seja jovem para isso. No entanto, as experiências vividas nos gramados podem ajudá-lo a ter a maturidade necessária para se colocar nessa posição.
Na primeira temporada com a camisa do time parisiense, Neymar pode ter sido o craque do time, mas nunca foi líder. Se ele agregar essa função. isso não beneficiará apenas seu futebol, mas também o entorno.
E, aí sim, focaremos no que importa, neste caso, o jogo, e deixaremos de falar sobre encenações.