As equipas chegavam de derrotas no campeonato, o Porto até perdeu a liderança no Clássico do passado sábado, e por isso esperava-se um jogo muito animado com duas equipas a quererem dar mais aos seus adeptos.
A história dava o favoritismo aos da casa mas depois do resultado conseguido em Itália era a Roma que partia em vantagem de um golo.
Di Francesco sabia disso e apresentou um esquema defensivo com cinco defesas e seis alterações em relação ao que foi o encontro em Roma. Por seu lado, Conceição fez regressar a dupla preferida dos dragões, Soares e Marega. O maliano que segundo as previsões nem estaria no duelo acabou por ser incansável ao longo de 120 minutos.
A primeira parte começou com os azuis e brancos mais destemidos e a procurarem mais o golo. Durante vinte minutos só deu Porto e a ânsia de marcar. E eis que 7 minutos depois chega aquilo que todos procuravam desde o início.
Marega cruza para Tiquinho que na cara de Olsen não falha e estabelece o empate na eliminatória e a vantagem no marcador. 1-0 no Dragão.
Com a vantagem no marcador era necessário continuar a marcar para garantir a reviravolta na eliminatória. Mas o balde de água fria chegou às bancadas do Dragão aos 36'. Um erro de Militão acaba em penalti para a Roma.
O capitão De Rossi foi chamado a concretizar e não falhou na cara de Casillas. O mesmo De Rossi que acabou lesionado pouco antes do final da primeira parte. Sozinho o jogador caiu e teve de ser substituido. Aparecia a primeira baixa na equipa italiana.
Por falar em capitão, o do FC Porto, tentou a sua sorte ainda ainda do intervalo. Com um remate forte obrigou Olsen a esticar-se. Eficaz o guardião da Roma que conseguiu manter o empate no marcador até ao intervalo.
Depois do descanso os dragões voltaram a mostrar a mistica que tanto se pede aos jogadores, principalmente Marega. A imagem da insatisfação com o resultado.
E foi o próprio Maliano que aos 52' voltou a restabelecer a vantagem no marcador. Corona cruzou e Marega de primeira coloca a bola no fundo das malhas de Olsen. Estava feito o 2-1 no Dragão.
Com o empate na eliminatória a Roma (3-3) começou a defender melhor. Di Francesco mudou o esquema e tirou Marcano que apesar de alguns assobios acabou por sair ovacionado do relvado.
Conceição tentou dar algo mais ao jogo dos azuis e brancos e assim procurar a vitória e lançou Brahimi mas acabou por tirar um dos maiores responsáveis pela eficácia no ataque da equipa: Corona.
A Roma tentou chegar à baliza de Casillas mas todos os lances acabaram por passar acima ou ao lado. Por seu lado, Olsen tinha muito trabalho com os avançados do Porto que estavam muito endiabrados e muito matadores.
Chegaram os noventa minutos e a eliminatória seguia para prolongamento. Os de Conceição queriam resolver a questão na meia hora que restava. O fantasma dos penaltis aproximava-se e o medo de ficar pelo caminho dava ainda mais garra aos dragões.
Casillas teve mais trabalho, erros da defesa e ataques mais profundos da Roma que estava "menos cansada" que os da casa. Nos últimos quinze minutos, entraram melhor os italianos com remates perigosos de Dzeco. Aliás aos 11', o '9' da Roma consegue bater Casillas e a bola seguia para a baliza mas Pepe na linha consegue salvar. Salvou o golo e salvou a eliminatória.
Aos 115' Fernando Andrade cai na área quando acudia a um cruzamento de Maxi. O brasileiro queixa-se de falta e o árbitro recorre ao VAR para decidir o que se passou.
Cüneyt Çakir não tem dúvidas e assinala penalti a favor dos dragões. Alex Telles, o rei das assistências, é chamado a converter e não falha. Estava feito o 3-1 e a vantagem na eliminatória. Euforia no Dragão!
Sobravam três minutos para a Roma tentar dar a volta. Ainda houve tempo para um susto mas os dragões, ou melhor, Pepe estava muito atento. A sua maturidade acabou por ser fundamental nesta parte final.
O árbitro apita para o final e o Dragão explode. Euforia, felicidade e muitas lágrimas. De um lado, um Marega e um Alex Telles, imagem do cansaço e da alegria. Do outro, Florenzi completamente desvastado acudido por Casillas.
A raça de uma equipa que partia em desvantagem foi o fator fundamental na noite desta quarta-feira. Um Porto nunca satisfeito com o resultado e sempre na busca dos quartos. Carimbou o passaporte para os "quartos" e agora resta-lhes esperar para conhecer o adversário, nestes que têm sido uns oitavos cheios de emoção e muitas surpresas.