O torcedor corintiano que estava otimista com a possibilidade de ver Willian, contratado após passagem pelo Arsenal, fazendo sua reestreia com a camisa alvinegra foi surpreendido neste sábado com uma péssima notícia: além de estar impossibilitado de ser escalado contra o Atlético-GO, pela 20ª rodada do Brasileirão, o meia-atacante pode ser até mesmo preso caso entre em campo. O motivo? A regra da Anvisa para pessoas que estiveram recentemente na Inglaterra.
Por motivo parecido, envolvendo quatro jogadores da seleção argentina que atuam no futebol inglês, o jogo entre Brasil e Argentina, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, foi suspenso depois que a Albiceleste não cumpriu com as recomendações da Anvisa e levou para a Neo Química Arena os atletas em questão - inclusive escalando três deles entre os titulares. Willian, contudo, é brasileiro e seria enquadrado em uma seção diferente da regra que, por motivos de Covid-19, tem sido aplicado para lugares como o Reino Unido.
O caso envolvendo Willian
Por ser brasileiro, Willian não teve nenhum tipo de impedimento para entrar no território brasileiro – fazendo jus ao que está escrito na portaria publicada no Diário Oficial da União no último 23 de junho, em relação a viajantes que chegam da Grã-Bretanha. No entanto, naquele mesmo 1º de setembro em que colocou os pés em seu país Willian firmou, no formulário preenchido em sua chegada, um compromisso de passar por um período de quarentena.
Um dos trechos desta portaria diz o seguinte: “O viajante que se enquadre no disposto no art. 3º (que se refere a brasileiros), com origem ou histórico de passagem pelo Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, pela República da África do Sul e pela República da Índia nos últimos quatorze dias, ao ingressar no território brasileiro, deverá permanecer em quarentena por quatorze dias".
Willian realizou teste RT-PCR, cujo resultado deu negativo para Covid-19 logo em sua chegada. Mas o problema, segundo a Anvisa, foi o compromisso firmado pelo jogador de que cumpriria os 14 dias de quarentena. Antes do término deste período, entretanto, o atleta já vinha treinando com seus companheiros de equipe e vinha se preparando para estrear oficialmente pelo Corinthians neste 12 de setembro.
Segundo publicado em matéria no GE, o estafe de Willian questiona o fato de a Anvisa só ter procurado o jogador 10 dias após sua chegada ao Brasil. O Corinthians ainda lembra a situação envolvendo Andreas Pereira, jogador do Flamengo que chegou em condição igual e que, sem nenhum tipo de impedimento, já entrou em campo pelo Rubro-Negro – inclusive marcando gol em partida contra o Santos. A Anvisa também passou a se debruçar, agora de forma posterior, à situação de Andreas.
Neste domingo, um agente da Vigilância Sanitária foi acionado para se encaminhar ao hotel onde os alvinegros estão hospedados em Goiânia. Lá, este agente falou com dirigentes do clube paulistas e deram o recado: Willian não poderá entrar em campo por ainda estar obrigado a cumprir o período de quarentena. Como o Corinthians ainda não divulgou sua lista de relacionados para o embate, não se sabe se o atleta viajou com a delegação.
A diferença em relação ao caso dos argentinos
A principal diferença entre o caso de Willian e o protagonizado pelos quatro argentinos (Emiliano Martínez, Emiliano Buendía, Cristian Romero e Giovani Lo Celso), além do fato de envolver um brasileiro e não estrangeiros, é que os argentinos preencheram informações falsas em documento legal, de acordo com a Anvisa, o que a Anvisa considerou um crime sanitário.